sexta-feira, 22 de abril de 2011

A TERRA PROMETIDA

No idioma de redenção dos Rastas, a únA TERRA PROMETIDA

No idioma de redenção dos Rastas, a única salvação para o negro do Oeste é se repatriar ao seu lar ancestral: Etiópia – África. Enquanto opiniões dentro do movimento divergem como precisamente a repatriação ocorrerá e sua natureza, espiritual ou física, Ras Tafari I reconhece que isso será eminente e sinalizará a total inversão da estrutura de poder vigente no mundo.

Os rituais Rastas mantém uma continuidade na identidade africana e nas tradições associadas como por exemplo ritual de dança e tambores, práticas de cura e crença no poder mágico das palavras – “Word, Sound & Power” (“Palavra, Som & Poder”).
Imagens da realeza Etíope, eventos e personagens do Velho Testamento, uma forma ritualística de se falar e o uso de longos cabelos, chamados de Dread Locks têm sido adotados e transformados nos símbolos e na tradição dos Rastas. No contexto da Diáspora, essa tradição é mais bem entendida como uma resposta à ideologia da raça dominante.
Essa etnia se refere a autoconscientização da cultura com o intuito de disseminar uma nova mensagem, juntamente com sua simbologia e religiosidade. O Etiopianismo anunciou uma nova fase dos rituais jamaicanos, onde os Rastas identificaram-se como “crianças”, tanto no sentido espiritual como genealógico, como que mantendo o parentesco com os antigos Israelitas, que seguiram Moisés através do Mar Vermelho, séculos atrás.
As crônicas bíblicas do “Exílio” e do “Retorno a Terra Prometida”, serviram como documento mítico para a prisão dos escravos no Novo Mundo, e de seu anseio por redenção fora da escravidão. O uso de velhos materiais para a criação de uma nova estrutura profética fez com que surgisse a imagem da Etiópia-Israel como sendo uma nação negra. Faz parte da tradição Rasta, por exemplo, cantar e agradecer o “Sagrado Monte Sião” (HOLY MOUNT ZION) que é reconhecido pela fé, como sendo o lar de Jah Ras Tafari I. esse processo serviu para cristalizar a soberania e a legitimidade africana numa aparência político-religiosa única.

Cleber Thiago
Bandeirão Regueiro

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